A sociedade moderna passou por importantes revoluções nos métodos de produção. Hoje, vivencia-se a revolução digital, em que o uso de aparelhos eletrônicos modifica as relações de trabalho entre os indivíduos: é uma nova era da industrialização, abrangendo tecnologias de automação e os sistemas em nuvem. Consequentemente, reconfigura-se o relacionamento entre empresas e organizações sindicais.

Essa transformação já pode ser comprovada através da legislação, em que se regulamentou, na lei brasileira 13.467/17, o trabalho home office. Precisa-se supervisionar adequadamente os funcionários que adotam esse método, pois há risco de prevalecer os interesses da empresa (como a redução de custos fixos), preconizando-se a equipe. Nesse sentido, formam-se novos desafios aos sindicatos no controle da jornada de trabalho e na proteção dos direitos sociais. De que forma será feito esse controle se os sindicatos não acessam os locais de trabalho?
Assim, será necessária adaptação às dinâmicas impostas pela tecnologia para que o movimento sindical se reorganize e se reinvente, assegurando a importância do valor social do trabalho. Ainda não há respostas às principais problemáticas, que apenas serão encontradas no enfrentamento diário e na luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores. Os efeitos dessa nova indústria podem ser devastadores, como a restrição de custo e a busca incessante por mais produtividade e lucro em detrimento do bem estar dos empregados. O progresso tecnológico é acelerado, exigindo que os sindicatos pensem em como enfrentar os possíveis danos que essa realidade traz aos trabalhadores.
Já surgem, nesse contexto, os chamados acordos-marcos-globais e as redes sindicais que se organizam em empresas multinacionais, contribuindo na elaboração de resoluções globais para controlar as consequências negativas da era digital no trabalho. É essencial a aproximação dos sindicatos com as pessoas, buscando compreender as necessidades e demandas por meio de um diálogo consistente e que reflita os impactos da reconfiguração das relações de trabalho.